sou tímida, mas disfarço bem. é sempre um susto quando digo que sou tímida, mas é verdade.
minha timidez me atrasa em muitas coisas, mas me faz valente com a palavra escrita, por exemplo, então, que seja. abraçar o que sou, sem romantizar e delirar, tem sido uma das metas desse novo momento.
mas esse texto é pra falar de outro movimento recente e fundamental:a de criar e cultivar novas amizades. acho que tinha medo. quem já me conhece há tempos, já me permite (a ilusão da) segurança do amor. já amo e sou amada…
— nota importante: eu chamo amizade de amor. não vejo diferença.
…já me mostrei nas minhas não tão nobres facetas e os bons e velhos amigos seguem comigo, na delícia e dor de ser quem somos quando estamos juntos. acontece que a vida foi me esfregando na cara uma quantidade de pessoas incríveis que poderiam, sim, entrar para essa lista, esse elenco, essa dose poderosa de coragem para atravessar a vida.
essas pessoas foram chegando e se arrumando quietinhas no meu coração. comecei, timidamente, a chamá-las de amigas. primeiro para mim, depois para elas. fui entendendo, inclusive, que tenho uma intuição incrível para as amizades e minha boca costuma saber disso antes de mim: já sai contando uma intimidade absurda no primeiro dia de conversa! e o tempo vem contar: confia, pode confiar, você estava certa, essa pessoa é sua amiga.
até agora foi assim e, no fim das contas, até agora é tudo o que temos.
esse texto vem com a foto da Lara. que eu conheci aqui e tive uma aproximação meteórica. ela, assim como eu, é completamente pilhada. falamos oi no direct, trocamos whats e já combinamos um trabalho juntas em áudios que, na velocidade 1,5, são impossíveis de se entender. marcamos um café. minha boca já falou demais. a dela também. ela vai me mandar o contato de um terapeuta de uma terapia babado. eu dei meu livro pra ela. ela gravou vídeo na mesma noite. colab. a gente marcou drink. fui com caderninho. anotei tudo. ela quicando de ideias e eu também. enchi duas páginas. fizemos uma lista de pessoas que queremos conectar. ela me contou de uma situação bizarra. projetamos pra 2023 ganhar o mundo. ela me apresentou pra uma pessoa que eu já conhecia (Oi, Manu). comemos bem no le jazz. ficamos meio bêbadas com um drink. pedi mais um. ela quis um cookie. Manu pediu carona pra uma pessoa de guarda-chuva na rua. as duas descobriram o salão do cookie. me chamaram. Lara tirou minha foto. me mandou junto com uma de quando a gente tava testando a câmera do iphone (tô encanada que preciso de um) e começou a gargalhar nem sei porque.
esse texto é um marco. começo aqui a contar histórias que colocaria num diário. inspirada também pela Lara que me diz: se mostre mais sem perder a sua essência. é um marco também para celebrar que esse ano ampliei consideravelmente minha lista de amigas. não vou ousar marcar aqui todas.. mas conto que hoje saio pra jantar com mais duas delas (oi, tati) (oi, carol) e quero fotos. e também pra dizer que uma delas é a autora da frase que abre o carrossel. (oi, Ana! nosso encontro vai precisar durar 3 horas)
bem-vindas, amigas, sintam-se em casa comigo.





InDica:
#Para Ler:
Se deus me chamar não vou. Mariana Carrara, Editora Noz - envolvente, leitura breve, narrativa sob o olhar de uma menina de 11 anos sensível e solitária.
A palavra que resta, Stênio Gardel, Companhia da letras - envolvente, leitura breve, comovente. Trata de um conflito entre alguns mundos: o da tradição forjada a duras penas; o mundo interno e o próprio corpo; o familiar e o desconhecido; o desejo e a culpa.